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A pecuária é um bom negócio?

Meu vizinho perdeu o bolão da copa. Você vai perder sua safra?

A equipe também esta na pauta da métrica

Foco na Solução

A hora da verdade: Os 07 indicadores que “escancaram” os resultados da fazenda

A pecuária é um bom negócio?

Reunir 40 técnicos do setor e olhar para os números da safra que acabou de fechar, nos mostra a realidade nua e crua da pecuária. Neste outubro não foi diferente. Tivemos sustos e realizações ao nos depararmos com os números da safra 2017/2018, com 420 fazendas, avaliadas pelo Instituto Inttegra de Métricas Agropecuárias, que reúnem 1,7 milhão de animais.

 

Por um lado, constatamos, infelizmente, um ano de rentabilidade insignificante para a média das fazendas, pois fecharam em R$28,00 ha/ano com uma taxa interna de retorno de 0,11% ao mês. O valor nos preocupou muito.

 

O que nos acalmou, foi que, no mesmo período, há fazendas que ganharam muito dinheiro, exatos, R$719,00 ha/ano (top 10%). Se ampliarmos a lente e olharmos para o grupo das 30% melhores, ou seja, quase um terço das analisadas, encontramos um resultado de R$461,00/ha/ano, ou seja, 16 vezes maior.

 

Por mais um ano, os resultados comprovam que a pecuária é um excelente negócio para muitos, desde que seja bem feito, com ênfase no controle de processos, finanças e pessoas. A habilidade depende do líder e de suas escolhas.

 

Figura 1.

Resultado por hectare da safra 2017/2018.

 

Fonte: Instituto Inttegra de Métricas Agropecuárias

 

O primeiro segredo dos que se destacaram nessa safra foi a “paixão pelo lucro”. Digo isso, sem nenhum pudor, pois focar no lucro não significa um “capitalismo selvagem”, que diminui as pessoas ou o cuidado com os animais. Muito pelo contrário. Quem tem “paixão pelo lucro” percebe que esses fatores fazem parte da construção do sucesso financeiro. Haverá mais cobrança, controle, meta, treinamento o que é bom, pois transforma as pessoas. Além disso, o respeito ao animal e ao meio ambiente é cada vez mais latente por uma demanda do consumidor e precisa estar presente.

 

Buscar o lucro não significa rir sozinho, mas dividir isso com a equipe. Prova é que nesse ano, em um dos projetos que acompanhamos, o gerente tirará uma bolada que vai lhe garantir um carro de luxo novo, porém, foram dois anos pedalando, de forma disciplinada, rumo a meta. Todos ganharam.

 

Paixão pelo lucro significa sobrepor o interesse do projeto ao apego das informações qualitativas, ou seja, referentes a alguns animais ou categorias. O olhar passa a ser amplo para o todo.

 

Outra lição extremamente importante que os dados da safra acabam de nos mostrar é a necessidade do equilíbrio. Quem ganhou mais dinheiro é bom em tudo, está acima da média, porém, seus índices não retratam a ponta do iceberg.

 

Para exemplificar, vamos nos valer dos dados de Ganho Médio Diário Global (GMD global), ou seja, uma das medidas-chave de produtividade, pois nos mostra quanto o animal ganhou de carne, em quilos, por dia.

 

As fazendas 30% mais rentáveis no Benchmarking Inttegra registraram GMD de 481 g/dia. A média ficou em 403 g/dia e os líderes no indicador conseguiram imprimir 601 g/dia. A mesma dinâmica foi registrada se avaliar o GMD por atividade de cria, ciclo completo e recria/engorda (gráfico abaixo).

 

Figura 2.

GMD Global específico por atividade pecuária (kg/dia).

Fonte: Instituto Inttegra de Métricas Agropecuárias (Safra 2017/2018)

 

O mesmo se repete em outros índices relevantes como lotação, desembolso por cabeça ao mês, valor médio de venda entre outros. Quem ganhou mais dinheiro não foi quem teve a maior nota, mas quem conseguiu equilibrar todas. Uma das justificativas que discutimos internamente é que quando se busca a máxima produtividade em um indicador, se gasta mal. Investe-se além da conta. Além de impactar no detrimento de outro índice também importante que acaba puxando a rentabilidade para baixo.

 

Outros segredos

 

Gastar bem também foi mais um dos segredos das fazendas top rentáveis. Elas desembolsaram muito bem seu dinheiro, pois investiram 54% em nutrição e pastagem, contra 47% da média as fazendas. Quando se coloca mais recursos em nutrição há uma correlação positiva com produtividade. É um item que se transforma em carne, diferente das despesas administrativas ou de manutenção que apenas abocanham o lucro do pecuarista.

 

Quando se fala em gasto, a equação ideal é investir 60% em despesas variáveis, nos quais se inclui a nutrição e, 40% em despesas fixas. Se pegarmos os dados da safra, as fazendas top rentáveis gastaram apenas R$18,70 cabeça/mês em custo fixo contra R$23,80 cabeça/mês da média. Como trabalhamos com commodities, precisamos produzir barato, o que não significa gastar muito pouco por cabeça, e sim aproveitar muito bem o dinheiro. O segredo está em ganhar 10 gramas de peso vivo para cada 1 real gasto por cabeça por mês.

 

A máxima do equilíbrio também reflete em nosso índice mais poderoso: arrobas por hectare ao ano (@/ha/ano). Os pecuaristas 30% mais rentáveis produziram 14 @/ha/ano, acima da média (10 @/ha/ano), porém, abaixo dos que se destacam no indicador, pois as fazendas top conseguiram chegar a 20,8 @/ano/ano.

 

Esse é um dos índices que monitoramos mais de perto, pois é um dos que reflete a última linha da pecuária. Ele mostra quanto geramos de carne no ano, assim como, quanto o agricultor produziu de soja ou de milho em suas terras. Focar em @/ha/ano é a opção mais inteligente para alavancar a produtividade nacional, sem abertura de área.

 

Mais do que o índice, defendo pessoalmente que precisamos buscar 25@/ha/ano, pois essa marca é a superação da taxa Selic, taxa básica de juros da economia brasileira. Mire nessa meta no longo prazo! Já há quem consiga.

 

Outra lição que podemos tirar das fazendas mais rentáveis é que buscam manter uma equipe eficiente. Um dos índices que nos chamou a atenção foi o número de cabeças por funcionário de campo, no qual, as fazendas mais rentáveis alcançam a marca de 721 cabeças/funcionário de campo, acima da média das fazendas em 683 cabeças/funcionário de campo.

 

Porém, mais importante ainda foi o faturamento por funcionário, o que refletiu no uso eficiente da mão de obra. O indicador é resultante da divisão de todo o faturamento pelo número de funcionários. As top rentáveis registraram R$330.027/funcionário contra R$249.862/funcionário, da média.

 

Ainda na relação entre equipe e faturamento, descobrimos um número muito interessante que é a relação entre o faturamento e a folha de pagamento (o que inclui salários e benefícios). Essa relação deve ser entre 10 vezes superior, ou seja, devo faturar 10 vezes mais do que a folha. Além disso, outra constatação importante foi a que a fazenda deve manter uma margem sobre a venda superior a 30%. Para esse cálculo, devo calcular a diferença entre o desembolso por @ e o valor de venda e dividir pelo valor de venda.

 

Os números apresentados são representativos, pois baseiam-se em um recorde de fazendas participantes deste levantamento. Foram 420 propriedades, dentre as mais de 500 nas quais recebemos informações. Juntas reúnem 1,7 milhão de animais em 1,4 milhões de hectares. No total, envolveram o trabalho de 4.366 colaboradores para anotação e coleta de dados e análise de 40 consultores de franqueados Inttegra.

 

É uma amostra diferenciada, porém, muito representativa da realidade da pecuária brasileira. A publicação e divulgação dos dados é importante para que saibamos onde estamos, como também, os potenciais produtivos que podemos ter. Entender toda a descrição desses processos é essencial para padronizarmos as práticas e avançarmos na pecuária que, mais do que nunca, exige extrema habilidade em gestão.

 

Fonte: https://www.scotconsultoria.com.br/noticias/cartas/49485/carta-gestor----a-pecuaria-e-um-bom-negocio?.htm

Meu vizinho perdeu o bolão da copa. Você vai perder sua safra?

Neste mês, apesar da seleção brasileira não ter avançado para as finais da copa do mundo, voltamos a nos apaixonar pelo futebol. As crianças brincaram mais de bola e as ruas ficaram mais amarelas. Nas rodas de conversa, o tema também veio à tona. E, imagine meu vizinho que para falar sobre a seleção, sempre avalia o segundo tempo de uma partida e o primeiro tempo de outra para fazer seu comentário. Parece estranho, não é? Afinal, os jogadores são diferentes, o clima é outro, o campo muda e até o uniforme pode ter outra cor, mesmo assim, ele defende que esse é o método correto. E, segue assim, jogo a jogo. Infelizmente, como resultado, ele anda perdendo os "bolões" feitos entre a vizinhança.

Da mesma forma, ano a ano, muitos também avaliam seus controles produtivos seguindo a filosofia do meu vizinho, pois reúnem informações de duas partidas diferentes para fazer sua avaliação das questões produtivas da fazenda. Esses pecuaristas não percebem que estão colocando na mesma análise informações completamente diversas do rebanho, principalmente, relativas à nutrição, sanidade e reprodução.

 

Isso acontece quando são analisados os dados da fazenda de janeiro a dezembro, seguindo nosso habitual calendário Juliano. Essa lógica, apenas é interessante para os controles fiscais que devem seguir a legislação. Os produtivos e financeiros devem ser feitos de outra forma. Eles devem seguir o conceito de safra, considerando as informações de 1o. de julho do ano corrente até 30 de junho do ano seguinte.

 

A recomendação da safra para essa data está baseada principalmente no acompanhamento das questões naturais, cujo mais importante é a produção de capim e o ciclo reprodutivo das matrizes. Como qualquer fazenda que avança, minimamente em gestão, há uma estação de monta implantada e, como consequência, há uma estação de nascimentos e outra de desmama pré-definidas. No Brasil, normalmente, a estação de reprodução é de novembro a janeiro; os nascimentos concentram-se de setembro a novembro e a desmama de março a agosto.

 

Portanto, com o conceito de safra, de julho a junho, reúnem-se as informações de todos os bezerros que nasceram no mesmo grupo contemporâneo. Eles passaram pelos mesmos protocolos de reprodução; sofreram a mesma pressão climática particular de cada ano e também o mesmo regime de pasto ou suplementação.  Além disso, quase toda desmama estará fechada dentro do mesmo ano do exercício, ou seja, a safra.

 

Quando se analisam os dados de janeiro a dezembro, acaba-se reunindo animais que receberam tratamentos diferentes de nutrição, principalmente, pois o verão de janeiro é uma safra diferente do verão de dezembro do mesmo ano, ou seja, o pasto é outro. Os protocolos de reprodução usados, também podem ter mudado com o investimento em um novo fármaco. Além disso, cada vez mais, as fazendas dedicam-se à integração lavoura e pecuária que também depende do mesmo calendário de julho a junho, por respeitar a produção natural de grãos. Da mesma fora, ocorre com a safra do capim, que ocorre, na maioria das vezes de outubro a março!

O que diz a prática?

 

Com certeza, ao acompanhar os primeiros passos de muitas fazendas, sabemos que não é fácil nos desapegarmos de velhos paradigmas. É difícil, no começo, pensar no ano de julho a junho, mas é necessário. Somente assim será possível reunir informação de qualidade para nortear as decisões futuras. Aderir ao conceito de safra permite um importante avanço nos controles zootécnicos e financeiros.

 

Veja um índice bem comum entre os gestores de pecuária que é o controle da mortalidade. Ele é resultante da diferença entre os bezerros que desmamaram e os que nasceram. Sem o conceito de safra, não é possível chegar ao número exato da taxa de mortalidade, afinal se a estação de monta passar de 90 dias teremos dois tipos de bezerros, os recém-nascidos e os prestes à desmamar, são dois grupos completamente diferentes. Há muitas fazendas que não conseguem "fazer bater" as contas, pois será preciso resgatar velhas planilhas, juntar dados... Uma confusão desnecessária!

 

Outros não consideram os mesmos animais, o que é um erro pior, pois a informação não irá retratar o acontecido.

 

Quem já trabalha com os controles organizados pelo calendário de julho a junho, agora deve fechar sua análise anual e definir as metas para a próxima safra. Quanto deve crescer no peso de sua desmama? Quais estratégias serão usadas? Quanto irá reduzir em seu desembolso? Qual será a meta das @/ha/ano?

 

Precisa de referências? O último benchmarking Inttegra diz que as fazendas de cria devem atingir as 7 @/ha/ano para serem lucrativas, na recria e engorda a marca deve ser de 10 @/ha/ano e 13 @/ha/ano, respectivamente.  O desembolso da arroba produzida sobre o valor de venda não pode superar os 70% e por aí vão os demais índices zootécnicos, financeiros e de pessoas.

Portanto, agora em julho, começamos a reunir os dados da safra 2018/2019. Agora é a hora! Mude! Trabalhe em cima das informações dos dois tempos da mesma partida. Tenho certeza que os resultados serão bem melhores. Quanto ao meu vizinho... Tomara que ele aprenda!

Autor: Antonio Chaker, coordenador do Inttegra.
Fonte: https://www.scotconsultoria.com.br/noticias/cartas/48801/carta-gestor---meu-vizinho-perdeu-o-bolao-da-copa.-voce-vai-perder-sua-safra?.htm

A equipe também esta na pauta da métrica

A pecuária deixou de ser um jogo de tabuleiro para ser um jogo de xadrez. As variáveis devem ser profundamente estudadas com os movimentos antecipados. O lucro vem do resultado da métrica e tudo o que ela pode trazer de atitude para o negócio. Isso sim engorda o boi! Mas quando se fala em pessoas, parece que os líderes se intimidam frente à subjetividade e complexidade do ser humano e não aplicam a métrica para avaliar a equipe.

 

Para a maioria dos produtores está cada vez mais fácil entender as métricas produtivas e financeiras como arrobas por hectare ano; ganho médio diário, taxa de retorno, entre outros. Esses dados traduzem em números a realidade da pecuária na fazenda, mas como traduzir a equipe em números?

 

Tenho a certeza de que é possível valer-se de índices quantitativos e qualitativos que irão retirar a subjetividade das avaliações e nos dar importantes parâmetros sobre a realidade da equipe na fazenda. É claro que as informações serão indicadoras para que outras investigações sejam feitas, mas isso é o que também ocorre com os índices zootécnicos e financeiros. Se descubro que o ganho de peso foi abaixo do esperado, vou buscar informação sobre problemas na oferta de folha, na dieta, tipo animal etc. Para a equipe é a mesma coisa: se identifico que há muita rotatividade de pessoas em determinado setor, vou buscar investigar quais problemas precisam ser resolvidos. Portanto, há como tirar parâmetros valiosos da equipe a partir da métrica. Eles serão referência para a tomada de decisão acertada. Vamos a alguns dos principais indicadores de equipe:

 

- Relação entre a equipe de campo e o total de funcionários.

 

Esse indicador permite entender qual é o percentual do time que está diretamente ligado ao trabalho com os animais. Os demais são pessoas alocadas no administrativo ou assessores técnicos que formam o grupo do “pessoal do escritório”. O ideal é que o índice seja maior do que 50%, ou seja, que mais da metade da mão de obra esteja, realmente, envolvida com a operação em campo. Se essa não for a realidade, com certeza, há um inchamento dos custos fixos e é preciso repensar as funções. Além disso, é um sinal claro de que há muita gente para mandar e pouca para fazer. Fique atento! Nesse quesito, o potencial técnico identificado pelo Instituto Inttegra de métricas pecuárias é de 64%.

 

- Relação de cabeças por homem de campo

 

Nesse índice divide-se o número médio de cabeças no ano em exercício pelo número de profissionais que atuam na lida. Os profissionais do escritório são excluídos dessa conta, pois o interesse está em entender a eficiência da mão de obra de campo. O fato é que se eu tenho menos gente, posso remunerar melhor e buscar pessoas mais qualificadas para o perfil de trabalho. O indicador também deve vir acompanhado dos questionamentos: O serviço está em dia? A equipe está sobrecarregada? Há como otimizar manejos e tarefas?

 

Por fim, a relação é validada pela análise junto aos índices zootécnicos. Se eles estiverem dentro do esperado, a relação entre cabeças e homens de campo está correta. Em média, os números gerais nos mostram que uma boa relação está em 559 cabeças por funcionário de campo, na cria e recria/engorda.  O potencial analisado pela Inttegra é de 990 cabeças para cada funcionário de campo.

 

- Gasto de reais por cabeça ao mês por funcionário

 

Essa informação também será uma referência para avaliar o resultado da operação, porém, pelo viés financeiro. Ela traz a eficiência do uso de dinheiro em equipe, pois mede se o custo foi bem diluído. Na conta é somada toda a equipe, incluindo as pessoas do campo e escritório. Em média as fazendas gastam R$10,21 por cabeça ao mês por funcionário, mas há quem consiga gastar R$6,70, ou seja, eles têm um time mais otimizado e enxuto. A mesma conta pode ser feita com o faturamento, se o produtor achar interessante.

 

- Rotatividade

 

É muito importante preocupar-se com a rotatividade de funcionários, principalmente de campo. Além das questões de capacitação, integração da equipe, proximidade com o líder, há algo particular do campo que é o conhecimento do cenário em que se vive, ou seja, as questões naturais. Essa percepção é muito importante e somente pode ser conquistada com o tempo de permanência. Se alguém do chão de fábrica precisa apenas entender o processo de trabalho, na fazenda, ele precisa entender o processo como também conhecer o solo, clima, área, crescimento do capim e os animais. Por mais que tenhamos planilhas de precipitação e mapas da área de pasto, a observação é uma contribuição direta para as decisões semanais de ajustes no planejamento. Lembrando que quanto mais elevado o nível hierárquico, a perda é maior ainda. Para calcular a rotatividade deve-se somar o total de entradas e saídas de pessoas e dividir pelo total de pessoas no começo do exercício (ano). Além da rotatividade geral, é importante calculá-la por função.  Índices de rotatividade muito altos também acendem um alerta para a avaliação da liderança imediata.

 

- Tempo médio de contratação

 

É um índice complementar as análises da rotatividade. Ele mede quanto tempo, em média, as pessoas ficam empregadas no projeto. O ideal é que o tempo médio seja superior a quatro anos, principalmente nos cargos de gerência.

 

- Salário em relação à região

 

É uma informação de referência, para que a fazenda se posicione em potencial competitivo de contratação. Ele permite uma comparação de valor com a região sobre o que está sendo praticado. Vale lembrar que o salário é um fator que atrai pessoas, mas não exerce a capacidade de mantê-las. Mesmo com um salário alto, após dois anos, se o ambiente não for favorável a pessoa irá buscar alternativa fora da fazenda.

 

- Indicadores qualitativos

 

Há outro grupo de índices que chamamos de qualitativos. Eles não trazem um número específico para referência, mas norteiam pela classificação em “bom, médio ou ruim” com critérios bem definidos para que não haja subjetividade da avaliação.

 

Como a fazenda compreende uma “micro sociedade”, os indicadores qualitativos avaliam elementos que interferem no trabalho do funcionário, como também fatores indiretos que influenciam em sua decisão de fazer parte do projeto. Indicadores qualitativos podem ser:

 

- Qualidade da moradia

 

- Grau de parentesco (nunca deve superior a 30%)

 

- Acesso à escola para os filhos de todas as idades

 

- Clareza do organograma

 

- Programa de remuneração variável

 

A lista pode ser maior de acordo com cada projeto, porém, em comum é importante que as regras de classificação estejam muito claras para cada item. Assim, não haverá diferenças entre avaliadores.

 

Ressaltamos aqui que essas recomendações são principalmente para a equipe em geral e não buscam fazer análises psicológicas. Os testes psicológicos podem ser implementados com auxílio de profissional da área. Há uma diversidade de linhas de estudo e de testes que podem ser implementados, principalmente para a avaliação do líder. De qualquer forma, essa seria uma segunda e mais refinada etapa da avaliação da equipe. Se você, a partir de hoje, já tiver em mãos os índices sugeridos, já terá muitas informações para avaliar sua turma e investir nela!

 

Fonte: https://www.scotconsultoria.com.br/noticias/cartas/48434/carta-gestor---a-equipe-tambem-esta-na-pauta-da-metrica.htm

Foco na Solução

É indiscutível que a paixão é essencial para o sucesso de qualquer negócio. Ela é o alimento para nossa dedicação, superação dos desafios, para o trabalho árduo e, sobretudo, para fazermos nosso melhor. Este melhor, cada vez mais necessário em todos os negócios de sucesso.

O grande tema é quando a paixão cega a razão e desvia nosso foco do que realmente importa. Muitas vezes acabamos nos dedicando muito ao problema e pouco à solução. 

Quando falamos em pecuária de corte como negócio, o foco é: RESULTADO GERENCIAL POR HECTARE, ou seja, lucro obtido em um ano em cada hectare de pastagem. Estamos convencidos que podemos ter uma pecuária de corte, lucrativa nas diferentes fases do sistema produtivo. Apenas com cria, e esta por sinal está em alta, apenas com a recria/engorda, mesmo com elevados valores de reposição, em sistemas super intensivos em sistemas menos intensificados e assim por diante. A única grande convergência onde não há alternativa é que temos que ser extraordinários em produzir e colher pastagem.  Nunca podemos deixar de lembrar que pecuária de corte é a transformação de capim (e seus ajudantes) em carne. 

Retomando o ponto principal: "foco na solução", podemos simplificar que o  LUCRO POR HECTARE POR ANO conseqüência da interação de 4 fatores principais, onde seu produto, representa de forma direta o lucro de uma fazenda. Estes fatores são: Lotação x Ganho Médio Diário X Margem sobre a venda X Valor da @.

LOTAÇÃO: A lotação representa a carga animal mantida em uma unidade de área, podendo ser expressa em cabeças, unidades animal, ou peso vivo. Apesar da fragilidade deste indicador, que não leva em consideração a variação na disponibilidade de forragem existente, ele é largamente utilizado. Para utilização deste indicador, existe o pré-requisito que a lotação está equilibrada com a pressão de pastejo, que expressa quilos de forragem estão disponíveis para cada 100kg de peso vivo mantidos por unidade de área. 

O que se busca diretamente é que a fazenda possa apascentar a máxima quantidade de animais possíveis, desde que esteja ganhando peso, que é o nosso próximo indicador.

GMD: O ganho médio diário é a quantidade de kg que um animal ganha por dia.

MSV: A margem sobre a venda é o percentual de resultado, ou lucro, que a fazenda obtém em cada @ vendida. Neste caso se a MSV foi de 35%, significa que a fazenda teve 65% de desembolso sobre o faturamento obtido com uma @.  

VALOR DA @: O valor da @ é o total de reais recebido por uma @ na hora da venda.

Desta forma o lucro de uma fazenda, em sua maioria é: 

LOTAÇÃO (cab./ha) x GMD (kg/cab/dia) x 365 dias X MSV (%) x Rendimento de Carcaça (%) x VALOR DA @.

Devemos nos atentar que o agil ou deságil pagos na reposição interferem neste resultado.

De forma geral, toda decisão que tiver interferência nestes fatores deve acontecer de forma que o aumento de um não gere redução de outro numa proporção superior. Ou seja o aumento da lotação só é valido quando não cause redução no GMD. Medidas que aumentem o GMD não pode gerar um redução na MSV superior ao aumento no ganho obido.

Quando o processo produtivo é focado em interações positivas destes quatro fatores, a fazenda tem grandes chances de apresentar resultados que superem a tímida média de R$ 103/ha/ano, podendo chegar em valores maiores que R$ 450/ha/ano. 

A hora da verdade: Os 07 indicadores que “escancaram” os resultados da fazenda

Convivemos diariamente com as seguintes questões:  "estou indo bem? ou indo mal?, ou melhor,  aonde minha fazenda vai bem e aonde ela vai mal"? Quando apresentamos o grande volume de informações que devem ser monitoradas em uma fazenda para que a resposta seja a mais completa possível, vêm a réplica:  "mas....o que realmente importa"? Pensado numa resposta objetiva, didática  e sobretudo aplicável, elaboramos os sete indicadores que mostram de forma mais ampla e conclusiva o desempenho da empresa pecuária.

 1 - LOTAÇÃO e GANHO MÉDIO DIÁRIO: A lotação mede a carga animal que a fazenda manteve por unidade de área (ha ou Alq.) durante o ano. Deve ser avaliada em Cabeças e  UA's (450 kg de PV).  Sabemos projetos com lotação média inferior a 1,2 UA/ha/ano apresentam média/baixa ou baixa capacidade de geração de lucro. Por outro lado, de nada vale termos lotação se o ganho individual dos animais foi baixo. Como o propósito da exploração pecuária é a produção de peso vivo e consequentemente a carne, seja na cria ou na engorda, o foco no ganho diário é determinante. Entendemos que o ganho global dos animais deva superar 0,4kg/cab/dia. 

2 - TAXA DE DESMAME: É o mais importante indicador da cria. Representa o total de animais desmamados em relação às vacas expostas em reprodução dentro de determinado período. A taxa de desmame é um poderoso indicador do desempenho reprodutivo devido contemplar os índices de fertilidade, perda pré-parto e a mortalidade de bezerro. O valor mínimo para taxa de desmame ser considera média/boa é de a75%. Lembramos que o peso dos bezerros ao desmame complementa a análise

3 - TAXA DE DESFRUTE: A taxa de desfrute mede a capacidade que o rebanho teve para gerar excedente, ou seja, representa a produção (em @, kg, ou cabeças) que teve em um ano em relação ao rebanho inicial. Quanto maior a taxa de desfrute, maior a produção interna do rebanho. Em sistemas de recria/engorda o desfrute deve superar 50%, no ciclo completo 40%. 

4 - REFERENCIAMENTO DA EQUIPE: A resposta para a pergunta: Minha equipe é grande ou pequena, devo contratar ou demitir? Antes de responder, sempre perguntamos, se o serviço está em dia? Evidente que além desta resposta, outros indicadores auxiliam na análise. Dentre estes destacamos as relações cabeça/funcionário e funcionário hectare. Por outro lado, podemos dizer que os dois índices mais conclusivos são o percentual que a folha representa sobre o faturamento e o faturamento por funcionário/ano. Salário em relação a região, motivação e comprometimento devem completar a análise.

5 - PRODUÇÃO DE ARROBA/HA/ANO:  Mede a produção em kg de carcaça convertido em @ (15 kg de peso morto) por hectare de pasto. Tem íntima relação com o faturamento da empresa. É o indicador produtivo que mais merece atenção por sofrer influência da lotação do ganho diário, das taxas reprodutivas e mortalidade. A média brasileira não chega a 3@. Acreditamos que o alvo das empresas agropecuárias deva superar 10@/ha/ano.

6 - DESEMBOLSO POR CABEÇA POR MÊS: Produzir muito, gastando ainda mais não pode ser a combinação. Diante disto o monitoramento sistemático dos valores de desembolso por cabeça por mês deve ser efetuado. Este valor mede o total de dinheiro gasto na fazenda em relação ao rebanho médio. Sempre avaliados mês a mês com acúmulos trimestrais e anual. Lembramos que os valores de investimento na compra de gado não devem compor a soma das despesas, apenas os custeios somados aos investimentos produtivos. O desembolso/cabeça/mês deve ser inferior a R$ 40,00/cabeça/mês. Destes R$ 40,00 a maior parte deve ser investimentos e manutenção de pastagem, seguidos pelos insumos do rebanho e mão de obra. Não podemos deixar de destacar que quanto menor os índices do rebanho, menor poderá ser o desembolso. 

7 - LUCRO POR HECTARE POR ANO: É o mais importante de todos, afinal é o que sempre perseguimos. Infelizmente a definição que Lucro é uma fantasia contábil e que a matemática é mágica, faz com que muitos nem tentem calcular ou desistam na primeira dificuldade. De posse disto e focando na solução, a Terra Desenvolvimento, através de uma ampla conferência entre técnicos da produção, contabilidade e clientes elaborou o método chamado BPC (balanço produtivo de caixa). Este balanço mostra a capacidade que a fazenda teve para gerar recursos "extraíveis", ou seja, resultado de caixa que chamamos, neste momento, de lucro operacional.  

Fórmulas:
- Lotação  (UA's/Ha)= Rebanho Médio (UA) ÷ Área de Pastagem (ha)
- GMD (kg/cab/dia) = [peso final (kg) - peso inicial (kg)] ÷ período entre pesagens (dias)
- Referenciamento de Equipe: 
a) Folha sobre o faturamento: Valor folha de pagto (R$) ÷ Faturamento (R$) x 100
b) Faturamento por funcionário por ano: Total de Receita ÷ total de funcionários
- Taxa de desfrute Safra 2010/2011 = 
[Peso total do rebanho (@) em junho 2011  - Peso total do rebanho  (@) em julho 2010 - Peso total comprado (@) no período jul/10 a jun/11  + Peso total vendido (@) no período jul/10 a jun/11] ÷ Peso total do rebanho em julho 2010 (@) x 100
- Produção de @/ha/ano = 
[Peso total do rebanho (@) em junho 2011  - Peso total do rebanho  (@) em julho 2010 - Peso total comprado (@) no período jul/10 a jun/11  + Peso total vendido (@) no período jul/10 a jun/11] ÷  área de pastagem (ha)
- Desembolso/cabeça/mês = Total de desembolso/mês em R$ ÷ rebanho médio do mês (cabeças)
- Lucro/ha/ano = [Total Geral de receitas (R$)  - Total geral despesas (R$) + Variação do rebanho* (R$)] ÷ área de pasto (ha)
*aumento ou diminuição do rebanho